domingo, 1 de junho de 2014

Onde está a Bossa Nova?








Caras leitoras, estive fora do país por uns dias e algo me chamou atenção na América do Norte: em  todo lugar que eu entrava, desde uma simples lanchonete, lojas de departamento, estações de metrô ou restaurantes, eu podia ouvir  Bossa Nova. Até mesmo no hall do hotel em que me hospedei, todos os dias, a seleção de música ambiente  incluía a Bossa Nova.

Visitei uma Faculdade de Jazz em Berkley e lá, não apenas ouvi Bossa Nova na cafeteria, como, para minha surpresa, descobri que esse movimento da MPB, derivado do samba e com forte influência do jazz, é uma das áreas de concentração de diversas disciplinas do curso de graduação e mestrado nessa universidade. Além disso, a Bookstore de lá possui um  acervo de partituras e discos de música popular brasileira  consistente e atual.

Quem me conhece mais de perto sabe que estou envolvida com música, desde criança. 

Admiro a música popular brasileira e, em especial,  a Bossa Nova, embora não seja o estilo que mais toco.

Percebo que,  em meu país,  a gente não costuma ouvir Bossa Nova e  com a mesma frequência que o americano ouve e aprecia. Uma pena...

Por quê? Essa pergunta retórica passou pela minha mente imediatamente.

Certo  compositor brasileiro afirmou com bastante propriedade: “o Brasil não merece a Bossa Nova.” Devo confessar que nessa última  viagem que fiz à  terra do tio Sam, tive essa mesma impressão. 
 
Me senti alegre ao ouvir e perceber que nosso país é reconhecido lá fora,  pela Bossa Nova e não apenas pelo  futebol.

Todavia, senti certo pesar ao concluir que essa jóia chamada Bossa Nova não encontrou lugar em seu berço. 

Senti pesar ao lembrar que, regressando ao Brasil e ligando a rádio do meu carro, por exemplo,  iria  ouvir funk, pagode e outras composições nacionais de tremenda pobreza melódica mas que, são estilos bem mais apreciados pelos brasileiros em detrimento da Bossa Nova...

Enfim, lamentei pelos ouvidos das novas gerações que são e serão privados de ouvir  um movimento da MPB de tamanha grandeza, em termos de poesia, melodia, harmonia, improvisação e inúmeras qualidades musicais,  como a Bossa Nova.

Por outro lado, deixando meu lado nacionalista (deveras desnutrido) de lado, fico feliz em ver os americanos valorizando e difundindo essa música que nasceu no Brasil e que, um dia, foi nossa. Hoje, posso dizer que ela é patrimônio universal e sobrevive em terras, as mais distantes!

Viva a Bossa Nova!

2 comentários:

  1. Excelente reflexão Marília, infelizmente isso é verdadeiro. Bjks e saudades de vocês!

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