Caras leitoras, recebi essa
semana, de uma amiga querida, chamada Cida, um artigo retirado do jornal O
Estado de São Paulo extremamente interessante. A reflexão é muito apropriada
para esse momento de final de ano, quando repensamos muitas coisas, inclusive
nosso modo de viver. Tenho certeza de que irão gostar e espero que possam
praticar algumas das lições apresentadas no texto. Aproveito para desejar que
em 2013 as bênçãos do Pai sejam derramadas sobre você e sua família. Feliz Ano
Novo!
O
cérebro humano mede o tempo por meio da observação dos movimentos.
Se
alguém colocar você dentro de uma sala branca vazia, sem nenhuma mobília, sem
portas ou janelas, sem relógio, você começará a perder a noção do tempo.
Por
alguns dias, sua mente detectará a passagem do tempo sentindo as reações
internas do seu corpo, incluindo os batimentos cardíacos, ciclos de sono, fome,
sede e pressão sanguínea.
Isso
acontece porque nossa noção de passagem do tempo deriva do movimento dos
objetos, pessoas, sinais naturais e da repetição de eventos cíclicos, como o
nascer e o pôr do sol.
Compreendido
este ponto, há outra coisa que você tem que considerar:
Nosso
cérebro é extremamente otimizado. Ele evita fazer duas vezes o mesmo trabalho.
Um
adulto médio tem entre 40 e 60 mil pensamentos por dia. Qualquer um de nós
ficaria louco se o cérebro tivesse que processar conscientemente tal
quantidade.
Por
isso, a maior parte destes pensamentos é automatizada e não aparece no índice
de eventos do dia e, portanto, quando você vive uma experiência pela primeira
vez, ele dedica muitos recursos para compreender o que está acontecendo. É
quando você se sente mais vivo.
Conforme
a mesma experiência vai se repetindo, ele vai simplesmente colocando suas
reações no modo automático e 'apagando' as experiências duplicadas.
Se
você entendeu estes dois pontos, já vai compreender porque parece que o tempo
acelera, quando ficamos mais velhos e porque os Natais chegam cada vez mais
rapidamente.
Quando
começamos a dirigir automóveis, tudo parece muito complicado, nossa atenção parece
ser requisitada ao máximo.
Então,
um dia dirigimos trocando de marcha, olhando os semáforos, lendo os sinais ou
até falando ao celular ao mesmo tempo.
Como
acontece?
Simples:
o cérebro já sabe o que está escrito nas placas (você não lê com os olhos, mas
com a imagem anterior, na mente); O cérebro já sabe qual marcha trocar (ele
simplesmente pega suas experiências passadas e usa , no lugar de repetir
realmente a experiência).
Ou
seja, você não vivenciou aquela experiência, pelo menos para a mente. Aqueles
críticos segundos de troca de marcha, leitura de placa são apagados de sua
noção de passagem do tempo.
Quando
você começa a repetir algo exatamente igual, a mente apaga a experiência
repetida.
Conforme
envelhecemos as coisas começam a se repetir - as mesmas ruas, pessoas,
problemas, desafios, programas de televisão, reclamações, enfim, as
experiências novas (aquelas que fazem a mente parar e pensar de verdade,
fazendo com que seu dia pareça ter sido longo e cheio de novidades), vão
diminuindo.
Até
que tanta coisa se repete que fica difícil dizer o que tivemos de novidade na
semana, no ano ou, para algumas pessoas, na década. Em outras palavras, o que
faz o tempo parecer que acelera é a... rotina.
A
rotina é essencial para a vida e facilita muita coisa, mas a maioria das
pessoas ama tanto a rotina que, ao longo da vida, seu diário acaba sendo um
livro de um só capítulo, repetido todos os anos.
Felizmente
há um antídoto para a aceleração do tempo: M & M (Mude e Marque).
Mude,
fazendo algo diferente e marque, fazendo um ritual, uma festa ou registros com
fotos. Aprenda uma nova língua, ou um novo instrumento musical.
Mude
de paisagem, tire férias com a família (sugiro que você tire férias sempre e,
preferencialmente, para um lugar quente, um ano, e frio no seguinte) e marque
com fotos, cartões postais e cartas.
Tenha
filhos ou animais de estimação (eles destroem a rotina).
Sempre
faça festas de aniversário e para você (marcando o evento e diferenciando o
dia). Use e abuse dos rituais para tornar momentos especiais diferentes de
momentos usuais.
Faça
festas de noivado, casamento, 15 anos, bodas disso ou daquilo, bota-foras,
participe do aniversário de formatura de sua turma, visite parentes distantes,
entre na universidade com 60 anos, troque a cor do cabelo, deixe a barba, tire
a barba, compre enfeites diferentes no Natal, vá a shows, cozinhe uma receita
nova, tirada de um livro novo.
Escolha
roupas diferentes, não pinte a casa da mesma cor, faça diferente.
Beije
diferente sua paixão e viva com ela momentos diferentes.
Vá
a mercados diferentes, leia livros diferentes, busque experiências diferentes.
Seja
Diferente!
Se
você tiver dinheiro, especialmente se já estiver aposentado, vá com seu marido,
esposa ou amigos para outras cidades ou países, veja outras culturas, visite
museus estranhos, deguste pratos esquisitos. Em outras palavras: VI-VA!
Porque
se você viver intensamente as diferenças, o tempo vai parecer mais longo.
E
se tiver a sorte de estar casado (a) com alguém disposto (a) a viver e buscar
coisas diferentes, seu livro será muito mais longo, muito mais interessante e
muito mais vivo do que a maioria dos livros da vida que existem por aí.
Cerque-se
de amigos. Amigos com gostos diferentes, vindos de lugares diferentes e que
gostam de comidas diferentes.
Enfim,
acho que você já entendeu o recado, não é?
Boa
sorte em suas experiências para expandir seu tempo, com qualidade, emoção,
rituais e vida.
Escreva
em TAmaNhos diFeRenTese em CorESdifErEntEs!
Crie,
recorte, pinte, rasgue, molhe, dobre, picote, invente, reinvente e VIVA!
(Fonte: Jornal - O
Estado de São Paulo)