Caras leitoras, no dia 15 de
outubro comemoramos o “Dia do Professor”.
Aqui no Brasil, muitas
escolas aproveitam para comemorar essa data juntamente com o “Dia das Crianças”
estendendo o feriado. Essa semana de
comemorações no mês de outubro, em que os alunos são dispensados das aulas,
recebeu um nome peculiar por parte dos alunos: “Semana do Saco Cheio.”
Esse nome sugestivo nos
remete a diversas especulações, não é mesmo?
Não sei quantas de vocês
ouviram um áudio que circulou na internet recentemente, em que uma mãe ensina o
filhinho a orar e, quando o instrui a pedir para Papai do Céu abençoar a escola
e seus estudos, a criança rejeita veementemente tal oração e se recusa a
repetir o que a mãe fala. Ao mesmo tempo que tal cena parece engraçada para
quem ouve a gravação, no meu caso, ao ouvir pela primeira vez tal áudio, achei
mais deprimente que engraçada essa situação.
Sendo professora, fico
triste em notar que crianças em idade pré-escolar encontram-se extremamente
desgostosas com a escola e tudo que a ela se relaciona. Esse áudio serviu
apenas como ilustração do que muitos pais e educadores já perceberam há mais
tempo.
O próprio apelido “Semana do Saco Cheio” soa como um
alento para os alunos, poderem faltar às aulas por uma semana!
Me pergunto se algum dia a
escola voltará a ser um lugar desejado pelas crianças desse país, independentemente
da classe social, da localidade das escolas, da idade dos alunos ou da série
cursada.
O desgosto com o ensino
perpassa múltiplas etapas e modalidades de ensino, tornando a escola uma
entidade completamente desacreditada nos dias de hoje.
Contudo, já dizia minha
saudosa mãe: para toda regra, há exceção...
Se esse ditado nos serve de
consolo, posso afirmar que ainda existem escolas cativantes, onde a
criatividade, espontaneidade e curiosidade das crianças e jovens são
diariamente alimentadas e estimuladas.
Existem escolas onde os
educadores se esforçam para dar uma aula bem elaborada, contextualizada e
motivadora para seus alunos.
Existem escolas onde os
alunos podem brincar enquanto aprendem a se relacionar com seus pares, sem
violência ou preconceito.
Existem escolas onde o
professor mantém com seus alunos uma relação de constante troca, entendendo que
todos temos algo a ensinar e, todos temos algo a aprender, sempre.
Talvez o que chamo aqui de “escola”
sejam apenas algumas salas de aula. Não importa.
O que quero ressaltar é que
ainda há esperança para as futuras gerações, no tocante a Educação. A união das
“exceções” pode fazer a diferença no triste cenário que vemos e ouvimos.
Conclamo os inúmeros
educadores desse país a continuarem acreditando no poder da
Educação para a
construção de um mundo melhor, ainda que, ampliando ou repaginando a escola e
seu papel nos dias de hoje, pois, como já disse anteriormente, estamos sempre
aprendendo.