Caras leitoras, estive fora
do país por uns dias e algo me chamou atenção na América do Norte: em todo lugar que eu entrava, desde uma simples lanchonete,
lojas de departamento, estações de metrô ou restaurantes, eu podia ouvir Bossa Nova. Até mesmo no hall do hotel em que
me hospedei, todos os dias, a seleção de música ambiente incluía a Bossa Nova.
Visitei uma Faculdade de
Jazz em Berkley e lá, não apenas ouvi Bossa Nova na cafeteria, como, para minha
surpresa, descobri que esse movimento da MPB, derivado do samba e com forte influência do jazz, é uma das áreas de concentração de
diversas disciplinas do curso de graduação e mestrado nessa universidade. Além disso, a Bookstore de lá possui um acervo de
partituras e discos de música popular brasileira consistente e atual.
Quem me conhece mais de
perto sabe que estou envolvida com música, desde criança.
Admiro a música
popular brasileira e, em especial, a
Bossa Nova, embora não seja o estilo que mais toco.
Percebo que, em meu país, a gente não costuma ouvir Bossa Nova e
com a mesma frequência que o americano ouve e
aprecia. Uma pena...
Por quê? Essa pergunta retórica passou pela minha mente imediatamente.
Certo compositor brasileiro afirmou com bastante
propriedade: “o Brasil não merece a Bossa Nova.” Devo confessar que nessa última viagem que fiz à terra do tio Sam, tive essa mesma impressão.
Me senti alegre ao ouvir e
perceber que nosso país é reconhecido lá fora,
pela Bossa Nova e não apenas pelo
futebol.
Todavia, senti certo pesar ao concluir que essa jóia chamada
Bossa Nova não encontrou lugar em seu berço.
Senti pesar ao lembrar que,
regressando ao Brasil e ligando a rádio do meu carro, por exemplo, iria ouvir funk, pagode e outras composições
nacionais de tremenda pobreza melódica mas que, são estilos bem mais apreciados pelos
brasileiros em detrimento da Bossa Nova...
Enfim, lamentei pelos ouvidos
das novas gerações que são e serão privados de ouvir um movimento da MPB de tamanha grandeza, em termos de poesia, melodia, harmonia, improvisação e inúmeras qualidades musicais, como a Bossa Nova.
Por outro lado, deixando meu lado nacionalista (deveras desnutrido) de lado, fico feliz em ver os
americanos valorizando e difundindo essa música que nasceu no Brasil e que, um dia, foi nossa. Hoje, posso dizer que ela é patrimônio universal e sobrevive em terras, as mais distantes!
Viva a Bossa Nova!

Excelente reflexão Marília, infelizmente isso é verdadeiro. Bjks e saudades de vocês!
ResponderExcluirSaudade de vcs também! Bj em todos!!
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