Continuando
nosso estudo sobre fé:
“Por
que Jesus considera justamente esse pequeno grão de mostarda como exemplo para
uma fé pela qual podem acontecer grandes coisas? Pelo fato desse pequeno grão
de semente ser capaz de ilustrar o que significa transportar montes. Esse grão
de semente extremamente pequeno, que quase não pode ser visto a olho nu, no
espaço de um ano se transforma num grande arbusto, numa pequena árvore com
galhos de cerca de 2,5 a 3 metros. Portanto, como são diminutos os
pré-requisitos para um resultado tão grande num minúsculo grão de semente, onde
aparentemente nada existia. No entanto, justamente estas condições mínimas são
um exemplo que o Senhor usa para ilustrar uma fé que é suficiente para remover
montanhas! Essa "fé como um grão de mostarda" não aponta de maneira
clara para a nossa fé, que muitas vezes é tão fraca e pequena? Com isso, de
maneira alguma quero desculpar nossa repetida incredulidade dizendo
simplesmente: afinal, só tenho uma fé bem pequena, como um grão de mostarda!
Quero lembrar que muitos de nós, repetidas vezes, já tivemos a impressão de que
nossa fé era assim tão pequena e insignificante, e isso pode provocar
dificuldades consideráveis. Assim mesmo, essa é justamente a pequena fé, quase
imperceptível, que, segundo as palavras de Jesus, tem o poder de transpor
montes.
É
necessário mudar o raciocínio!
Será
que, às vezes, não imaginamos algo errado quando pensamos na fé que precisamos
ter para viver como cristãos verdadeiros? Todos nós nos defrontamos diariamente
com situações, perguntas e problemas que se avolumam como montes. Não é
justamente nesses momentos que aspiramos de todo o coração ter mais fé, ter uma
fé maior, a fim de vencermos tudo isso? É justamente aí que muitos precisam
aprender a mudar o raciocínio, pois Jesus diz: "Se tiverdes fé como um
grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá!" Em outras
palavras: nossa fé não necessita ser particularmente grande para transferir
montes – simplesmente é suficiente "termos fé".
Se o
grão de mostarda tivesse a possibilidade de olhar para si mesmo e conseguisse
se enxergar, teria tudo para desanimar, pois em si mesmo não teria nada a
apresentar. E assim é também, muitas vezes, em nossa vida: olhamos para nós e
vemos uma fé relativamente pequena, limitada, e então ficamos desanimados. Mas
o grão de mostarda não faz isso. Ele não olha para si mesmo para então
desanimar. Não, ele simplesmente se deixa plantar na terra, ali começa a
crescer, e finalmente se torna aquilo que deve ser, ou seja, uma árvore em
cujos ramos "aninharam-se as aves do céu" (Lc 13.19).
Ao
mesmo tempo é de se considerar que o grão de mostarda não se torna uma árvore
porque empreendeu grandes esforços, mas simplesmente porque torna ativo e
aplica o que possui! Oh!, como seria bom se compreendêssemos hoje que, com
todas as nossas fraquezas, dificuldades e tentações diárias, simplesmente podemos
nos aquietar com fé infantil na mão de nosso Salvador! Que modificação isso
provocaria em nossa vida espiritual!
Simplesmente
creio que, muitas vezes, caímos no erro de ter conceitos errados acerca da fé.
Na verdade, é a fé singela na obra consumada de Jesus Cristo que consegue nos
levar adiante e que, a cada dia, nos conduz para uma comunhão mais profunda com
o Cordeiro de Deus, e não o esforço da nossa alma em crer bastante.”
(Marcel Malgo – http://www.chamada.com.br)