Caras leitoras, quero
compartilhar com vocês os princípios básicos que regem a Dieta Kasher, seguida
por milhares de judeus e não-judeus mundo à fora.
A primeira vez que ouvi
falar dessa dieta, foi numa consulta que fiz a um cardiologista amigo nosso. Ele
a mencionou como um tipo de alimentação que faz bem ao coração e à saúde.
Naquela ocasião, não tive a curiosidade de ler sobre essa dieta.
O tempo passou e, devido ao meu recente
interesse por temas relacionados ao bem estar, qualidade de vida e alimentação saudável,
fui motivada a ler sobre essa dieta que, segundo seus seguidores, é muito mais
que isso: é uma filosofia e um estilo de vida.
Lendo diversos
textos sobre essa dieta, escolhi um breve resumo transcrito do site webJudaica.com.br para que vocês também
possam conhecer melhor o tema e, quem sabe, tal qual alguns famosos, como Madonna,
Leonardo DiCaprio, Steven Spielberg e Bono Vox (Banda U2), aderir à comida
kosher/kasher.
Resumo
“Kasher
significa correto, justo e bom. Aplicado à comida, refere-se à comida apropriada
ao consumo, isto é, que preenche todos os requisitos da dieta judaica. É
importante alertar-se ao fato de que a kashrut não é um estilo de culinária.
Comida chinesa, francesa, italiana, indiana, árabe ou qualquer outra podem ser
kasher desde que preparadas de acordo com as leis judaicas. A comida
tradicional judaica, pode ou não, ser kasher, dependendo como foi preparada.
A
Kashrut se desenvolve baseada em duas regras básicas. A primeira delas
especifica o tipo de carne que pode ou não ser consumida. A proibição é muito
clara no capitulo 11 do livro de Levítico: "Entre todos os animais da
terra, os que podereis comer: aqueles que têm os cascos fendidos e que
ruminam." Ou seja, incluem-se aí vaca, carneiro, bode e cervo. As aves
permitidas são o frango, o peru, o ganso, o faisão e o pato.
Já
em Deuterônimo, capítulo 14, podemos compreender que nenhum crustáceo é kasher:
"Comereis de tudo que há nas águas: tudo que tem barbatanas e escamas
comereis; e tudo o que não tem barbatanas e escamas não comereis; é impuro para
vós."
A
outra grande regra consiste em não misturar carne com leite e derivados, seja
na preparação, armazenamento ou consumo. A origem bíblica desta norma é
encontrada no livro de Êxodos, capítulo 19 que diz: "Não cozerás o cabrito
no leite de sua mãe." Foi a partir desta regra que se classificou a comida
kasher em três categorias: carne, leite e parve.
Carne
Kasher: a carne kasher é singular em todos os aspectos, desde o tipo de animais
que são permitidos até a maneira como são abatidos e preparados para o consumo.
Os alimentos à base de carne são cozidos, manuseados e ingeridos separadamente
dos alimentos à base de laticínios. Além disso, é exigido um período de espera
de seis horas após comer todos os tipos de carnes e aves antes que qualquer
laticínio possa ser ingerido. A categoria "carne" inclui a própria
carne, as aves e os subprodutos, tais como ossos, sopas e molhos. Qualquer
alimento feito de carne ou aves ou de produtos de carne e aves, é considerado
como sendo carne (fleishig ou Bassarí). Até mesmo uma pequena quantidade de
carne em um alimento torna-o Bassarí.
Existe
um ritual para o abate dos animais. Baseado no fato de que o sangue não deve
ser consumido porque simboliza a própria essência e característica do ser
humano, os rabinos concluíram que um animal que é morto para virar alimento
deve ter seu sangue totalmente drenado. Para evitar que a proibição de comer
sangue seja violada, é preciso que o sangue da carne seja extraído por um
destes dois métodos. Primeiro: "deixar de molho e salgar" (chamado de
kasherizar). Segundo: assar sobre ou sob uma chama ou num forno elétrico ou
assadeira elétrica. Assim, todo o sangue é extraído.
Leite:
todos os alimentos que contém leite ou que são dele derivados, são considerados
Chalavi ou Milchig. Isto inclui leite, manteiga, iogurte, quefir, coalhada e
todos os queijos (variáveis segundo sua consistência) - duros, macios e
cremosos. Mesmo uma pequena quantidade de laticínio em um alimento faz com que
este alimento seja considerado Chalavi. Todos os derivados de leite requerem um
certificado de Kashrut. Os alimentos de leite e de carne não devem ser
preparados, servidos ou consumidos ao mesmo tempo. Utensílios separados são
usados exclusivamente para laticínios. Recomenda-se um forno separado para
assar ou tostar alimentos de leite.
Parve:
as frutas, vegetais, cereais e todos os outros alimentos que constituem uma
dieta kasher e que crescem na terra, são Parve e podem ser utilizados sem
restrição. Os peixes também estão inclusos nessa categoria. "Podereis
comer de tudo o que vive nas águas, seja nos mares ou nos rios, desde que tenha
nadadeiras e escamas" (Vayicra' XI:9). Os ovos também podem ser utilizados
tanto com carne como com leite. Entretanto, qualquer gema de ovo que contenha
uma gota de sangue não pode ser usada.
Vinhos:
o vinho e o suco de uva, mais do que qualquer outra bebida, representam a
santidade do povo judeu. São usados para a santificação do Shabat e Festas
Judaicas. Qualquer subproduto que contenha vinho ou suco de uva, como vinagre
de vinho, bala, geléia ou refrigerante de uva, conhaque e outras bebidas que
possam ser destiladas ou misturadas com vinho, só poderão ser ingeridos quando
possuírem supervisão rabínica confiável. Vinho feito por um judeu, que após seu
preparo tenha sido fervido, não apresenta mais problemas de kashrut. Um suco de
uva ou vinho de passas cujas uvas ou passas foram cozidas antes de extrair o suco
é considerado vinho cozido.
Produtos
industrializados: seguem a mesma regra básica - é imprescindível terem uma
supervisão rabínica. Todos os alimentos processados requerem supervisão
rabínica confiável que ateste que podem ser consumidos em acordo com a lei
judaica. Isto aplica-se a todo produto que passa por processo de fabricação:
legumes congelados, bebidas, balas, biscoitos, etc.
Restaurantes
e hotéis: todo restaurante, hotel, confeitaria, dentre outros estabelecimentos,
para ser considerado kasher, necessita possuir uma supervisão rabínica em sua
cozinha, o que inclui a presença de pessoas denominadas shomrei Shabat,
observantes do Shabat, que irão acender o fogo, orientar e fiscalizar a
confecção de todos os ingredientes e sua preparação, até o consumo final.
Kashrut
e a saúde: a discussão em torno da validade racional das leis dietéticas também
chegou ao âmbito da ciência médica. Algumas eminentes autoridades recomendam a
kashrut por motivos higiênicos. Inúmeros técnicos sanitaristas consideram, hoje
em dia, altamente meritória a exigência severa feita ao indivíduo responsável
pelo abate de animais, por exemplo, para que examine a carcaça de todo animal
que houver matado, a fim de verificar se há qualquer sinal de doença ou outra
condição patológica nociva ao consumidor. Consideram também importante o fato
de que a carne deve ser consumida até poucos dias após o abate, evitando-se
assim, os prejuízos à saúde que podem advir da carne estragada.
Kashrut
e higiêne: a lavagem das mãos seguida de oração é um item obrigatório antes de se
preparar, cozinhar ou comer qualquer alimento kasher. Escolher bem as folhas de
verduras, higienizar adequadamente as frutas e averiguar a existência de
qualquer tipo de larva ou verme tem sido tema de cursos e orientações a
respeito das leis da kashrut. Estas normas que há muitos anos são seguidas por
sábios judeus, têm garantido com sucesso, a higiêne e qualidade dos alimentos
judaicos.”
Link: http://www.webjudaica.com.br/religiao/textosDetalhe.jsp?textoID=2&temaID=2