segunda-feira, 24 de novembro de 2014

A vida de Irena Sendler












Caras leitoras, costumo postar dicas de livros e filmes que gostei de ler ou assistir, mas, por falta de espaço, limito-me a citá-los, sem acrescentar minhas impressões sobre eles.

Porém, abrindo uma exceção, gostaria de complementar uma de nossas Dicas de Filme, cujo filme narra a inspiradora história de Irena Sendler e compartilhar com vocês no Post dessa semana, uma pequena biografia dessa mulher que viveu noventa e oito anos, deixando um legado inestimável para sua geração e gerações futuras.O filme me foi uma grande inspiração. Recomendo que assistam e conheçam a história de vida dessa grande mulher.

Irena Sendler (em polaco: Irena Sendlerowa) nasceu em 15 de fevereiro de 1910. Ela era também conhecida como "O Anjo do Gueto de Varsóvia" pois,  como ativista dos direitos humanos durante a Segunda Guerra Mundial, contribuiu de forma significativa para salvar mais de 2.500 vidas. Ela encontrava famílias cristãs dispostas a esconder (abrigar) filhos de judeus no seio do seu lar e, ao levar alimentos, roupas e medicamentos às pessoas barricadas no gueto, arriscou a própria vida.

“A razão pela qual resgatei as crianças tem origem no meu lar, na minha infância. Fui educada na crença de que uma pessoa necessitada deve ser ajudada com o coração, sem importar a sua religião ou nacionalidade.” (Irena Sendler)

Quando a Alemanha Nazista invadiu seu país em 1939, Irena era assistente social no Departamento de Bem Estar Social de Varsóvia, trabalhava com enfermeiras e organizava espaços comunitários de refeição na cidade, com o objetivo de responder às necessidades das pessoas que mais necessitavam. Graças a ela, esses locais não só proporcionavam comida para órfãos, anciãos e pobres como lhes entregavam roupas, medicamentos e dinheiro. Ali trabalhou incansavelmente para aliviar o sofrimento de milhares de pessoas, tanto judias como católicas.

Em 1942, os nazistas criaram um gueto em Varsóvia e Irena, horrorizada pelas condições em que ali se sobrevivia, uniu-se ao Conselho para Ajuda aos Judeus, Zegota.

 Ela mesma contou:

“Consegui, para mim e minha companheira Irena Schultz, identificações do gabinete sanitário, entre cujas tarefas estava a luta contra as doenças contagiosas. Mais tarde tive êxito ao conseguir passes para outras colaboradoras. Como os alemães invasores tinham medo de que ocorresse uma epidemia de tifo, permitiam que os polacos controlassem o recinto.”

Quando Irena caminhava pelas ruas do gueto, levava uma braçadeira com a estrela de Davi, como sinal de solidariedade e para não chamar a atenção sobre si própria. Pôs-se rapidamente em contato com famílias judias, a quem propôs levar os seus filhos para fora do gueto, mas não lhes podia dar garantia de êxito.

Eram momentos extremamente difíceis, quando devia convencer os pais a que lhe entregassem os seus filhos. Muitas mães e avós eram reticentes na entrega das crianças, algo absolutamente compreensível, mas que viria a se tornar fatal para elas. Algumas vezes, quando Irena e suas companheiras voltavam a visitar as famílias para tentar fazê-las mudar de opinião, verificavam que todos tinham sido levados para os campos da morte.

Ao longo de um ano e meio, até à evacuação do gueto no Verão de 1942, Irena conseguiu resgatar mais de 2.500 crianças por várias vias. Começou a recolhê-las em ambulâncias como vítimas de tifo, mas logo se valia de todo o tipo de subterfúgios que servissem para os esconder: sacos, cestos de lixo, caixas de ferramentas, carregamentos de mercadorias, sacos de batatas, caixões, etc. Em suas mãos, qualquer elemento transformava-se numa via de fuga.

Irena vivia os tempos da guerra pensando nos tempos de paz e por isso não ficava satisfeita só em manter com vida tais crianças. Queria que um dia pudessem recuperar os seus verdadeiros nomes, suas identidades, suas histórias pessoais e suas famílias. Concebeu então um arquivo no qual registrava os nomes e dados das crianças com suas novas identidades.

Os nazistas souberam dessas atividades e, em 20 de outubro de 1943 Irena Sendler foi presa pela Gestapo e levada para a prisão de Pawiak onde foi brutalmente torturada.

Ela suportou a tortura e negou-se a trair seus colaboradores. Quebraram-lhe os ossos dos pés e das pernas, mas não conseguiram quebrar a sua determinação. Foi condenada à morte. Enquanto esperava pela execução, um soldado alemão levou-a para um "interrogatório adicional" e, ao sair, gritou-lhe em polaco "Corra!" deixando-a fugir.

No dia seguinte, Irena encontrou o seu nome na lista de polacos executados. Os membros da Żegota tinham conseguido deter a execução de Irena subornando os alemães e Irena continuou a viver com uma identidade falsa.

Durante a revolta de Varsóvia, Irena colocou as suas listas com os nomes das crianças salvas em dois frascos de vidro e enterrou-os no jardim de uma vizinha para se assegurar de que chegariam às mãos indicadas se ela morresse. Ao acabar a guerra, Irena desenterrou-os e entregou as notas ao doutor Adolfo Berman, o primeiro presidente do Comitê de Salvação dos Judeus Sobreviventes. Lamentavelmente, a maior parte das famílias das crianças tinha sido morta nos campos de extermínio nazista.

De início, as crianças que não tinham família adotiva foram cuidadas em diferentes orfanatos e, pouco a pouco, foram enviadas para a Palestina.

As crianças só conheciam Irena pelo seu nome de código "Jolanta". Mas anos depois, quando a sua fotografia saiu num jornal depois de ser premiada pelas suas ações humanitárias durante a guerra, um homem chamou-a por telefone e disse-lhe: “Lembro-me de seu rosto. Foi você quem me tirou do gueto.” E assim, Irena começou a receber muitas chamadas e reconhecimentos públicos por suas boas ações.

Em 1965, a organização Yad Vashem de Jerusalém outorgou-lhe o título de “Justa entre as Nações” e nomeou-a Cidadã Honorária de Israel.

Em Novembro de 2003 o presidente da República Aleksander Kwaśniewski, concedeu-lhe a mais alta distinção civil da Polônia: a Ordem da Águia Branca. Irena foi à cerimônia acompanhada pelos seus familiares e por Elżbieta Ficowska, uma das crianças que salvou, que recordava como "a menina da colher de prata".

Irena Sendler foi apresentada como candidata ao Prêmio Nobel da Paz pelo governo polaco. Esta iniciativa pertenceu ao presidente Lech Kaczyński e contou com o apoio oficial do Estado de Israel através do primeiro-ministro Ehud Olmert e da Organização de Sobreviventes do Holocausto residentes em Israel. As próprias autoridades de Auschwitz expressaram o seu apoio a esta candidatura, já que consideraram que Irena Sendler era um dos últimos heróis vivos da sua geração e que tinha demonstrado uma força, uma convicção e um valor extraordinário frente a um mal de uma natureza tremenda. O prêmio, no entanto, foi dado a Al Gore por sua defesa ao meio-ambiente.

Irena Sendler faleceu aos 98 anos, em 12 de maio de 2008, na Polônia.
(Fonte: Wikipédia)

Dica de Leitura










Título: A Chave da Longevidade

Autor: Helion Póvoa

Ano: 2000

Editora: Objetiva

Número de Páginas: 300

Receita da Semana








Canneles de Bordeaux

(Receita retirada da revista Prazeres da Mesa)

Ingredientes:

  • 750 ml de leite
  • 20 ml de brandy
  • 250 g de farinha de trigo
  • 200 g de açucar
  • 50 g de manteiga sem sal
  • Duas gemas
  • Uma fava de baunilha
  • Uma pitada de sal
  • Raspa de um limão siciliano
  • Óleo de mel para untar

Modo de Fazer:

Ferva o leite com a raspa do limão e reserve.

Misture a farinha com a manteiga, o sal, o açucar e acrescente aos poucos a gema.

Junte o leite morno a essa mistura, batendo lentamente.

Misture a fava de baunilha e leve essa mistura à geladeira, para descansar por 24 horas.

Unte as forminhas de cannele com óleo de mel e distribua a massa em cada uma delas.

Leve ao forno preaquecido a 180 graus C por uma hora, ou, até que fiquem douradas.

Tire do forno e espere esfriar antes de desenformar.
 

Versículo da Semana







 

"Servi ao Senhor com temor e alegrai-vos com tremor."

(Salmos 2:11)