Caras leitoras, após finalizarmos a série
de lições preciosas e reflexões sobre a Mulher no universo corporativo, faço
uma pausa para repartir com vocês essa bela composição literária de autoria de
Lya Luft: uma mulher admirável, cujo dom das palavras sempre me inspira.
Canção
na Plenitude
(Lya
Luft)
Não tenho mais os olhos de menina nem
corpo adolescente, e a pele translúcida há muito se manchou.
Há rugas onde havia sedas, sou uma
estrutura agrandada pelos anos e o peso dos fardos bons ou ruins. (Carreguei muitos
com gosto e alguns com rebeldia).
O que te posso dar é mais que tudo o que
perdi: dou-te os meus ganhos.
A maturidade que consegue rir quando em
outros tempos choraria,
busca te agradar quando antigamente
quereria apenas ser amada.
Posso dar-te muito mais do que beleza e
juventude agora: esses dourados anos me ensinaram a amar melhor, com mais
paciência e não menos ardor,
a entender-te se precisas, a aguardar-te
quando vais, a dar-te regaço de amante e colo de amiga, e sobretudo força — que
vem do aprendizado.
Isso posso te dar: um mar antigo e
confiável cujas marés - mesmo se fogem -retornam, cujas correntes ocultas não
levam destroços, mas o sonho interminável das sereias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário