Eu costumada roer as unhas e
deixá-las curtas rapidinho. Eu arrancava o primeiro sinal de que elas estavam
crescendo novamente. Por aproximadamente vinte anos eu carreguei 10 dedos
horríveis, que resultaram em duas experiências miseráveis:
Vergonha pessoal. Eu estava sempre
com medo das chamadas “inspeções de limpeza de mãos” na escola e nos
acampamentos de verão. Os médicos que faziam os exames se enfureciam com minhas
mãos.
Limitações físicas. Se eu deixasse
cair um centavo – esquece! A mesma coisa se eu tentasse pegar um palito de
dente, pecinhas, ou pequenos parafusos. Minha mãe tentou de tudo para me fazer
parar: suborno com dinheiro, esmaltes ardidos, uso de luvas de dia e de noite,
vergonha pública e lembretes privativos. Mas nada funcionou, nada! Eu roia até
que meus dedos sangrassem. Eu me lembro de ir a alguns encontros e não tirar a
mão do bolso em nenhum momento, então a garota não perceberia. Eu evitava jogos
de dominós, faltava às aulas de piano e ficava longe de projetos manuais. Como
eu odiava aquele hábito! Eu queria tanto parar com isso que passava noites
acordado pensando em como poderia fazê-lo. Mas o fato era que eu não conseguia.
A despeito da dor e da pressão, aquele hábito, como todos os hábitos, tinha me
agarrado.
Um educador americano, Horace Mann,
certa vez descreveu: “Hábito é como um cabo: nós tecemos um fio disso todos os
dias, até que nós não conseguimos mais desfazê-lo.”
Mas Deus começou a me convencer sobre
meus modos com relação às unhas. Levou quase uma década para conseguir a
vitória final, vergonhosamente, eu admito. Durante o processo, Ele,
gentilmente, mas claramente, me fez enxergar que isso era muito mais importante
do que oito dedos e um par de dedões. Eu estava sendo escravizado – manipulado
pelo hábito dominador. Eu era uma contradição viva da verdade libertadora de 1
Coríntios 6:12: “Todas as coisas me são
lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por
nenhuma.”
Você não imagina como a convicção
desse verso me deixou entusiasmado. A palavra grega, traduzida, “dominado”
significa ser mantido sob a autoridade de alguma coisa. Um olhar mais profundo
revela que esse verso não fala somente sobre algo sem lei ou perverso, mas na
verdade sobre algo legítimo, mas não vantajoso. Meu primeiro encontro com esse
verso, não foi meu encontro final com
esse hábito doloroso. Mas estava certo que em algum ponto isso iria mudar,
graças a Deus.
Nenhuma pessoa que leia este artigo é
livre de hábitos ruins. Esse é o preço que pagamos por sermos humanos. Alguns
estão lutando com hábitos comuns como o exagero, a mentira ou a procrastinação.
Outros, por hábito, são negativos, amargurados, resultando em outros hábitos.
Enquanto uns são ingratos e exigentes, outros continuam extravagantes e sem
discernimento.
Alguns se sentem encurralados pela
dependência do consumo do álcool, vício das drogas, nicotina ou cafeína, a
luxúria, ou um comprimido para cada “ite”. Hábitos como a fofoca, preocupação,
irritabilidade, profanação, são praticados regularmente sem culpa através de
esquemas mentais habilidosos.
A lista não tem fim, existem inúmeros
hábitos para todos os detalhes da vida. Ao invés de focarmos na lista, vamos
focar em cinco sugestões que nos ajudarão em 1 Coríntios 6:12:
Pare de racionalizar. Evite fazer
comentários como: “Eu sou assim. Esse sou eu – sempre fui, sempre vou ser.
Afinal, ninguém é perfeito.” Desculpas como essas estão no limite da
desobediência e encorajam ou diminuem, até mesmo ignoram completamente a convicção
do trabalho do Espírito Santo.
Aplique uma estratégia. Aproxime-se de
seu alvo com uma flecha, e não com uma metralhadora. Acabe com um hábito de
cada vez e não todos de uma só vez.
Seja realista. Não será rápido.
Não será fácil. Você não conseguirá resolver seu problema do dia para a noite.
Falhas periódicas, entretanto, ainda são melhores do que a habitual escravidão.
Seja corajoso. Tenha em mente
que você está neste caminho para uma vitória triunfal… Pela primeira vez em
anos! Entusiasmo fortifica a disciplina e agiliza uma atitude firme.
Comece hoje. Este é o melhor
momento da sua vida. Desistir é admitir derrota e só vai intensificar e
prolongar a batalha.
Extrair os dolorosos cravos do hábito
permite que prestemos menos atenção em nós mesmos e mais nAquele que é
importante. E o pensamento mais interessante disso tudo é que Ele vai estar lá
para você, cada manhã, para te ajudar durante o dia com toda a força que você
precisa, um momento de cada vez.
By Charles Swindoll
Marília, gostei muito do texto. Vale a reflexão e a tomada de atitude diante dos conselhos. Os cravos precisam ser extraídos. Bjks
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